- Especies cinegéticas: liberdade natural, incluindo provenientes de processos de reprodução artificial em cativeiro, que habitem ou migrem no território nacional. Especies designadas na lei (inclui animais não caçados).
- Leis: lei 173/99, decreto-lei 2/2011, portaria 463/2001.
Terrenos
- Relevancia para a economía nacional.
- Não ordenado (livre) deve passar a ordenados (estado concessionou ou transferiu gestão), com regras, controlo sanitário, controlo da população e recursos.
- Dias: quintas, domingos, feriados (excepto natal e dias de sufragio).
- Ordenado: conforme os planos da exploração, migradores 2 dias por semana, caça grassa ou ZCT todos os dias.
- Interdição de caça: areas de protecção, campos de treino de caça, apartamentos de gado, enclaves.
Processo de caça
- Aproximação: segue o animal por dias, sobrevive da natureza (grossa, trofeu).
- Salto: perseguição e procura do animal.
- Montaria: caçador estático em postos fixos e cassa é encaminhada por cães (matilheiros).
- Batida: postos fixos de caça, encaminhada por humanos.
- Espera: instala-se pum ponto e faz emboscada.
- Largada: solta-se o animal e os caçadores estão próximos e disparam.
- Sem armas, utilizando animais: corricão (lebres e raposas com recurso a cães e cavalos) e cetraria (pombos usando falcões).
- Problemas: doença de Aujeski, tuberculose, raiva.
Colocação de carne de caça no mercado
- Reg. 852/2004, 853/2004, 854/2004
- Pequenas quantidades Port. 699/2008.
- Edital nº1 Tuberculose (reservatorios).
Centros de tratamento de caça
- Preparação para colocação no mercado (10 em Pt).
- Caça selvagem: miuda (aves, lagomorfos) ou grossa (ungulados).
- Caça de criação: ratites (restantes são considerados aves de capoeira), espécies não domesticas.
- Selvagem vai ao estabelecimento de manuseamento de caça antes de entrar no mercado, criação vai ao matadouro adaptado (ex. lagomorfos, aves) e inspecção. Ambos têm marca de salubridade ou identificação.
- Mamiferos de grande porte: marca de salubridade.
- Aves e lagomorfos: marca de identificação.
- Data de occisão.
- Entregam no centro a carcaça:
- Cabeça obrigatória só em javalis: analise de Trichinella (taxidermista também realiza).
- Visceras só se tiver anormalidade.
- Se anormal ou não for feito exame inicial entregar tudo.
Abate fora do matadouro
- Abate de emergencia.
- Caça selvagem:
- IRCA e exame in vida não é realizado, deve ser avaliado pelo caçador - formação:
- Pelo menos 1 no grupo, ou guarda-florestal, ou entrega de animal inteiro).
- Comportamento, anatomia, fisiologia, anormalidades, alterações patológicas, regras e legislação.
- Sangra, remove GI, exame inicial, declaração. No javali retiram genitais que dão sabor à carne.
- Não colocar no mercado: animais com comportamento anormal (caçador), contaminação ambiental (serviços ambientais), carcaça anormal (veterinário).
- Licença de caça: pagam consoante captura.
- Caça de criação: se tiver garantias, porque os animais não estão habituados a manipulação (respeito pelo bem-estar).
- Exame in vida, atordoamento, sangria, depena, e pode fazer remoção de gastrointestinal.
- Medico veterinário aprovado ou oficial para inspecção.
- Transporte para matadouro ou centro de manipulação de caça <2h (4º para aves, lagomorfos; 7º outros).
- Declaração do operador (identidade, medicação, ~IRCA), veterinário: condições de abate e sangria, exame in vida, data e hora.
Abate no matadouro
- Aprovado para a espécie, que permita separar espécies. Evitar contaminação cruzada. Instalações separadas para recepção e armazenagem.
- Inspecção post mortem semelhante à tradicional, inclui palpação e incisão quando necessário.
- Inspecção post mortem: pode ser realizada na exploração, por veterinário oficial ou aprovado, valida por 3 dias (matadouro: identificação, bem-estar), incluir verificação de registos e acompanhar de atestado.
Inspecção segundo 853/2004
- Corpos estranhos e sangria anormais são toleráveis em caça. Selvagens suspeitos são M1.
- Não é permitida mais operação para alem da evisceração para não se confundir com animais de exploração. Na caça não ha informações sobre a cadeia alimentar, não requer inspecção ante-mortem. Formação de caçadores (não necessitam de entregar vísceras).
- Caça grossa deve sofrer occisão, identificação, exame inicial, sagrar, remover estômagos e intestinos, exame de carcaça e vísceras, declaração, envio para centro de manuseamento de caça (evitar amontoamento, <7º mas miúdas a <4º, declaração), inspecção.
Classificação de subprodutos
- Suspeitos de infectados com zoonose: M1.
- Sem doenças transmissíveis: M3.
Inspecção
- Mesmos processos que domésticos.
- Anomalias não resultantes da caça.
- Confirmação da causa de morte.
- Laboratorio: anomalias organolepticas, contaminantes ambientais, larvas de Trichinella (javali).
- Caça miúda: se não eviscerada, o veterinário deve realizar uma inspecção numa amostra representativa.
- Corpos estranhos e sangria insuficiente são tolerados.
- Marca de salubridade se esfolada (fogo / tinta), marca de identificação.
- Em zonas com tuberculose o veterinário faz exame post morrem.
- Rejeição sempre que haja risco sanitário.
- Causas de rejeição:
- Anomalias importantes na cor, consistência ou odor dos tecidos musculares ou dos órgãos.
- Tumores ou abcessos em diversos órgãos ou músculos.
- Artrite, orquite, alterações patológicas do fígado ou do baço, inflamação dos intestinos ou da região umbilical, descoloração do peritoneu.
- Fracturas abertas antigas, aderências pleurais ou peritoneais recentes.
Fornecimento de pequenas quantidades
Quantidade máxima por dia |
- Caçador pode consumir, fazer venda directa ou venda ao talho da região.
- Cedida ao consumidor ou vendida a retalho para caça selvagem miúda em pequenas quantidades (preenche guia DGAV, não coberto por 853).
- Caça grossa tem venda interdita em Portugal (pode noutros países).
- Guia DGAV para rastreabilidade (sem marca de salubridade).
- Sem operações de preparação excepto evisceração.
- Até 12h após caçada.
Principais Patologias
Javali
- Tuberculose e tularemia.
- Trichinella.
- Aujeski: 50% positivos.
- Peste suina: inexistente em PT.
Cervideos
- Lingua azul.
Caça miuda
- Aves: Gripe aviária, New castle, Clamidiose, Salmonelose.
- Lagomorfos: mixomatose, doença hemorragica, parasitas Tenia multiceps ou serialis (maus habitos de caçadores).
Lebres
- Tularemia (Franchisella tularensis):
- Hemisferio norte, frequente em Espanha.
- Franchisella tularensis tularensis é a mais virulenta (NA).
- Infecção: transcutanea, ingestão, inalação, vectores (ixurideos, moscas tabanidae).
- Agente de bioterrorismo (2ª Guerra Mundial).
- Muito ecorresistente (3 anos a -15º).
- Flu-like e mortalidade de 100% de lebres.
- Hipertermia, apatia, anorexia e desidratação, linfoadenopatia, ulcerações na boca, ictericia, hepatomegalia, esplenomegalia, abcessos, necrose focal do figado.
- Homem: papilas e ulceras, linfadenite.
Tuberculose (Edital nº1)
- Áreas de risco para a saúde publica e animais de produção.
- Direito romano: caça livre. Direito Germanico: dono caça no terreno.
- Economia.
- Declaração obrigatória, lista OIE.
- Entraves à erradicação: manipulação de caça, autoconsumo de caça, colocação no mercado, subprodutos.
- Complexo M. tuberculosis: M. tuberculosis, M. bovis, M. caprae.
- Complexo M. avium: subespecies avium, paratuberculosis, silvaticum, homonissuis.
- Ecorresistente (até vários meses a baixa temperatura). Sensiveis a UV
Lesões:
- Javali: evolução favorável com lesão única (circunscritas, cicatrizadas, calcificadas). Sem lesões: 17%.
- Cervideos: evolução desfavorável com lesões múltiplas (amolecimento das lesões, cavernas, granulamas pouco fibrosados, drenagem para cavidades, congestão local activa). Sem lesões: 30%.
- Prevalencia: 26,9% (+ veado e javali, principalmente no javali femea por comportamento de grupo).
- Edital aplica-se a batidas, montarias, acções de correcção de densidade populacional.
Intervenientes
- Entidades gestoras: assegurar veterinário aprovado (curso de caça maior), condições, subprodutos.
- Veterinarios: exame inicial, recolha de amostras, coordenar, comunicar resultados.
- DGAV: coordenar, recolha e tratamento de dados, acompanhamento epidemiologico.
- ASAE: fiscalização.
Inspecção
- Observação externa: conformação, mordedura de cães, pelo (hipodermose, sarna, tinha), aberturas naturais, genitais e gl. mamaria, extremidades podais, articulações.
- Artrite serofibrinosa: E.coli.
- Artrite purulenta: Staphilococcus.
- Arterite proliferativa: Mal Rubro.
- Triagem para avaliação interior: avaliar primeiro sem alteração ou alterações que possam conduzir a reprovação ou depreciação se não preparadas rapidamente. Seguidas de alterações por mordeduras. Em ultimo com alterações exteriores que provavelmente são rejeitadas.
- Exame da cabeça e visceras
- Javalis: incisão l. submaxilar.
- Veados: incisão l. retrofaringeos laterais ou mediais.
- Esofago, pulmão (incisão l. bronquice esquerdo), pericárdio e coração (incisão), diafragma, fígado (incisão da sup. gastrica), GI e mesenterio (incisão l. mesentericos), baço, rins (incisão), pleura e peritoneu, genitais, ubere e linfonodos (incisão), linfonodos pre-crurual (pré-escapular em veados)
- No javali pesquisa de tuberculose nos linfonodos bronquico esquerdo e mediastinico (30% de falsos negativos).
Entidade Gestora
- Comunicação previa à DGAV em áreas de risco.
- Comunicar à DSARV com 48h de antecedencia.
- Condições: instalações, equipamento, higiene.
- Subprodutos
- Enterrados a 1m de profundidade se cumpridas as boas praticas de caça. Nunca em zonas urbanas, cursos de agua, animais.
- Encaminhamento (Reg. 1069/2009, 142/2011): da preparação de caça ou trofeus de caça.
- M1 se suspeita de infectado com doença transmissível.
- M3 sem doença transmissível, utilizado na alimentação de aves necrofagas (abutres) com autorização da DGAV, no entanto propagam o ciclo devido aos 30% falso negativos e há risco de intoxicação por tratamentos de animais de caça (AINEs). Alimentação de animais, fabrico de cosméticos e medicamento, biogas, compostagem, fertilizantes.
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