- Adulta aos 5 anos. Vida produtiva de 3 anos.
- Primeiro parto aos 2 anos, depois parto anual.
- Poliestrico não cíclico. Ciclo estrico dura 21 días.
Fisiologia Reprodutiva
Proestro
- Se não há gestação dia 17, PGF é libertada com luteolise e quebra na progesterona. GnRH aumenta, estimulando LH e FSH.
- Há crescimento dos foliculos antrais e dominância.
- O foliculo em crescimento produz estrogenio que causa sinais de estro (faz pico antes do cio e causa pico LH).
Estro
- Dura 18 a 20 horas. Ovulação ocorre 12 a 18h após fim do estro.
- Estrogenio e FSH descem, o LH tem pico. Aumenta progesterona que inibe LH e FSH.
- A vaca deixa-se montar (standing heat).
Metaestro
- 3 a 5 dias.
- Com desenvolvimento luteal: corpo hemorrágico forma corpo luteo não maturo e em crescimento (sem receptores PGF).
- Pico de FSH pode começar a primeira onda folicular do ciclo seguinte.
Diestro
- 5 a 17 dias.
- O corpo luteo maduro produz progesterona (com receptores PGF - células luteais grandes).
- Há entre 2 a 4 ondas de crescimento folicular. Se no fim do diestro não há reconhecimento de gestação (IFN-t) ocorre luteolise.
Luteolise
- Libertação de estrogenio do foliculo dominante induz PGF uterino e este receptores de ocitocina (morte luteal e constrição vascular).
Não cicla: Anestro
- Freemartin (e anomalias cromossómicas)
- Fêmea estéril (XX), com desenvolvimento anormal do tracto reprodutivo, que nasceu gémea de um macho.
- Em partos gemelares, a placenta tem vascularização comum aos 28 dias, antes da diferenciação sexual. Os machos desenvolvem-se mais cedo, produzindo uma hormona (antigenio H-Y) e cels hematopoieticas que entram em circulação. Esta actua na crista gonadal indiferenciada, produzindo esteroides, que estimulam os ductos de wolff e produz hormona não esteroide, que inibe os ductos mullerianos (TDF, MIF).
- Diagnostico: anestro, vulva normal, clitoris desenvolvido com tufo de pelos, vagina rudimentar (teste do espéculo), utero e tetas rudimentares, não se encontra utero à palpação, ovarios não palpaveis ou muito pequenos, confundem-se com hermafroditas ou pseudo-hermafroditas.
- Hipoplasia ovárica
- Base hereditária: gene recessivo de penetrância incompleta (mais dificil de eliminar porque nem sempre se expressa).
- Desenvolvimento incompleto do ovário, com diminuição do número de folículos primordiais - o desenvolvimento do trato reprodutivo está dependente dos esteroides, logo é hipoplasico.
- À palpação, ovários pequenos, duros, irregulares. Frequentemente associado a pouco desenvolvimento do restante tracto reprodutivo.
- Não tentar tratamento. Refugo.
- Diagnóstico diferencial: ovários não funcionais, de anestro.
- Falha da detecção de cios (Maneio)
- Cio silencioso (há ovulação)
- Quistos ováricos
- Ovários inactivos
- CL persistente
- Tumor ovárico
Anestro
- Intervalo parto–1º Cio > 42 dias.
- Se há elevada prevalencia de quisto ou anestro na manada corrigir maneio e ambiente.
- Etiologia
- Problemas da nutrição (+++): mais em vacas de carne por má alimentação (BEN longo), deve parir com bom CC. Vacas de leite stressadas podem demorar mais que 21 pós-parto a voltar à ciclicidade. Pode causar atrofia do ovario.
- Deficiente detecção de cios (++++): maneio. Cio silencioso (baixa progesterona pos-parto não forma receptores estrogenio).
- Quistos ováricos (+++).
- CL persistente devido a infecção uterina/maceração/mumificação: piometra (pus impede mecanismo luteolitico), feto mumificado (impede mec. luteolitico), uterus unicornis (só um corno uterino presente, se CL contralateral não há luteolise).
- Factores
- Nº partos: primaras inseminadas muito jovens e vaca após 4º parto.
- Patologia pós parto com prolongamento da fase luteica.
- Perda de condição corporal.
- Periodo Seco > 77 dias.
- Epoca do ano - sazonal: temperaturas extremas alteram comportamento (ciclo longo, estro curto e menos intenso).
- Micotoxinas.
- Presença do vitelo: mamar frequente do vitelo e a sua presença e cheiro inibem actividade ciclica (diminui LH).
Tipo I
- Na "emergência" (3 a 9 mm), sem dominância folicular.
- Patofisiologia mal estabelecida.
- Balanço energético negativo severo.
- Ovários inactivos.
- Tx. corrigir BEN.
Tipo II
- Emergencia, desvio e crescimento, mas o foliculo regride.
- Insuficiente produção de E2 (estrogenio) e baixa frequência de pulso LH.
- Até 9 ondas foliculares antes da ovulação.
- Ecografia 7 a 8 dias seguidos, foliculo de 1 a 1,4 cm.
- Tx. corrigir BEN.
Tipo III
- Foliculo dominante persistente (> 8mm)-
- Insensibilidade do hipotalamo ao feedback positivo de estrogenio ou alteração da resposta folicular às gonadotrofinas mediado por hormonas metabólicas (insulina e IGF-I) - inibe outras ondas.
- Pode evoluir para quisto folicular ou luteinizar / quisto luteico
- Tx. D0-PRID (1.6 g P4) durante 9 dias + GnRH, seguido de PGF 2α (GnRH com ou sem PGF 2α; Ovosinc GnRH (d0) PGF 2α (d7) GnRH (d9) IA (16 hrs))
Tipo IV
- Fase lutea prolongada - corpo luteo persistente.
- Teve estro pós-parto e ovulou.
- Insuficiente produção de E2 pelo foliculo dominante e diminuição Rc ocitocina e PGF2a.
- Tx. PGF2a.
Quistos óvarios
80% em anestro.Diagnostico
- Estrutura com 2 a 2,5 cm de diâmetro sem CL (ecografia, palpação).
- CL pode ser confundido.
- Tecido luteico à ecografia, mas pode ou não haver produção de progesterona.
- FSH normal e LH aumentado mas não há pico pre-ovulatório de LH (foliculo dominante continua a crescer). Não há ovulação e luteinização.
- As vacas com quistos são refractárias (hipotálamo) ao feedback positivo do pico de E2.
- Exposição a progesterona, exógena ou endógena, diminui a secreção de LH e repõe a sensibilidade do hipotálamo ao feedback positivo de E2.
Etiologia Multifactorial
- Endócrina:
- Pico de LH.
- Receptores LH na parede do folículo.
- Progesterona/Estradiol; Cortisol.
- Estrogenio exógeno pode ser causa por libertar LH demasiado cedo.
- Ambiental:
- Claddicação (causa/efeito não comprovado).
- Produção de leite.
- Stress
- Fitotoxinas.
- Efeito de esteróide e fitoesteróides (soja, milho, trevo) ?
- IGFI (factor de crescimento semelhante à insulina) é importante na dominancia folicular. A sua diminuição por BEN pode originar foliculos persistentes que formam quistos.
- Predisposição Genética (raça, elevada produção, insulina)
Factores de risco
- Verão (+).
- Pós-parto com patologia uterina.
- Produção de leite.
- Aumento excessivo de condição corporal no período seco (++).
- Nº de lactações (2-5).
Quisto Folicular
- Cavidade > 2,5 cm com liquido (foliculo por ovular) de parede fina constituida por cels. teca (produz P4, não tem receptor PGF, impede pico LH). Se persistir cels. granulosas hºa estro constante (estrogenio).
- Interfere no ciclo, mas quando entra em atresia pode regressar ao ciclo ou pode originar quisto luteico.
- Atresia quando o balanço de estrogenio e progestagenio é igual, deixa e ser dominante e pode haver turnover quistico.
- Distinguem-se por ecografia, mas é pouco especifico.
- Tecido luteico (amarelo) na parede e interfere com a ciclicidade.
- Aumento da progesterona (analise de sangue).
- Na ecografia: parede espessa, cavidade com liquido e área hiperecogenica de fibrina, > 2,5 cm.
- Regride e forma nova estrutura quistica (foliculo que forma novo quisto - turnover) ou estrutura folicular que ovula (20%).
- Persiste (até 70 dias), dominante, inibe ondas e produz inibina.
- Dominantes produzem estradiol, não dominantes são esteroidogenicamente inactivos.
- Pode ter cels. luteais grandes que respondem a PGF.
Tipo I | Tipo II | Tipo III |
---|---|---|
Alta proporção E/P (11). Perda parcial da granulosa. Modificação morfológica evidente da teca. |
Baixa proporção E/P (0,07). Áreas de tecido luteico da parade folicular. |
Baixa proporção E/P (0,9). Sem células da teca ou granulosa. |
Antes do Tratamento
- Resolução espontanea
- Podem voltar ao cio espontaneamente por aparecimento de cels luteais grandes com receptores PGF (luteolise).
- 50% antes da primeira ovulação.
- 20% após primeira ovulação.
- Quistos precoces (43 - 49 dias) em pluriparas trata-se, em primiparas espera-se por resolução espontanea.
Tratamento
- GnRH, LH, hCG
- GnRH em todas com quistos, fazer PGF em 10 a 14 dias.
- Luteinização, produção de progesterona, diminuição da LH, estro (21 dias após tratamento – quistos activos).
- hCG: pode causar imunização e é caro, usa-se em refractarias tratadas anteriormente com GnRH.
- Progesterona exógena (receptores α E2 no hipotálamo; LH): casos refractários, cria um período luteal e a remoção leva a pico LH.
- Ovosync: GnRH, PGF 2α 7 dias depois, GnRH (2 dias depois), IA12–16hrs.
- PGF 2α (Q Luteico) .
- Prevenção com 2 injecções de GnRH pós-parto (dias 12 e 14).
- Quistos foliculares
- GnRH – 10 μg (Cystorelin); 100 μg (Buserelin) i.m./i.v. (Não induz formação de anticorpos)
- LH
- hCG induz formação de anticorpos
- Outros
- Rotura manual (não, sangramento, aderencias), aspiração do fluído (com ou sem aplicação de PGF 2α).
- Tratamento universal: GnRH dia 0, PGF2a dia 7, GnRH dia 9.
Tumores da Granulosa
- Incidência: 0.5%.
- Dimensões: poucos gramas a mais de 20kg.
- Características morfológicas: variadas na cor, consistência, ausência ou presença de quistos (ovario tipo lima).
- Diagnóstico: palpação rectal e ecografia; ausência de cios; ninfomania ou virilismo.
- Tratamento: remoção cirúrgica se unilateral (ovariectomia unilateral).
- Prognóstico: mau se houver sinais sexuais secundários (ninfomania, virilismo) ou caquexia.
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