- Pouco explorado porque as performances produtivas não correspondem às expectativas por problemas patologicos - rejeição de 2,4% em engorda.
- Rentavel como complemento a produções hortofruticolas.
- Exploração anula sazonalidade e modifica fisiologia reprodutora, respiratoria e digestiva.
Aptidão
Coelho de raça Californiana |
- Carne: pesada (Gigante Espanhol, Flandres, Azul de Viena, Normando), medias ou broiler (Neozelandes, Californiano), leves (Angora, Siberia, Chinchila), linhas hibridas.
- Pele: Havana, Rex, Vendea, Chinchila.
- Pelo (tosquia 4x/ano, penteio semanal): Angora, Siberia.
- Estimação
Reprodução
- Receptividade e fertilidade têm influencias sazonais (primavera, outono).
- A ovulação é induzida na copula. Caso a fecundação falhe, a manutenção do corpo luteo origina uma pseudo-gestação de 16 dias (administrar PGF2a ao 7º dia).
- Implantação ocorre ao 7º dia, diagnostico de gestação por palpação possivel ao 12º.
- Receptividade é determinante à fertilidade e prolificidade.
- IA permite trabalhar com grupos de fêmeas (bandas) e a periodicidade dita o ritmo reprodutivo. Normalmente este é de 42 dias com IA aos 11 dias. Existem ritmos mais extensivos de 49 a 56 dias.
- Banda única: permite vazios sanitarios periodicos e concentra o trabalho no matadouro, mas prolonga intervalos entre inseminações e coelhas não gestantes são improdutivas.
- Como a fertilidade é <100% insemina-se um numero excedentario de coelhas, tendo mais coelhas que nº de jaulas ninho (sobre-ocupação 120 a 130%).
- IA insemina todas e não apenas receptivas, mas a maioria deve ser receptiva. Estimulo pelo maneio: flushing nutricional, temperatura 15º a 20º, iluminação 16h/dia, interrupção de lactação curta, via hormonal de PMSG dose unica 2 dias antes da IA.
- Indução da ovulação em IA por analogos de GnRH: Gonadorelina, Burserelina, Cystorelina.
- Menor nº bandas: maior efectivo, instalação mais complexa, jaulas polivalentes albergam ninho)
- Jaulas: minimo 80x70x70.
- Desmame com retirada da coelha.
Fisiologia
- Extensão acentuada do intestino.
- Ceco muito desenvolvido para fazer cecotrofia (fibra, vitaminas).
Produção
- Produtividade: kgV = Pi x S x PV x N.
- Kg coelho vendido = produtividade individual da coelha x sobrevivencia dos laparos à engorda x peso atignido na engorda x nº coelhas existentes.
- Em Portugal usam-se raças médias com carcaças de 1,2kg (2kg PV) entre as 9 e 12 semanas.
- As fêmeas entram em repordução aos 7 a 8 meses e fazem o maximo de 8 criações/ano. Fazem programas profilaticos.
- Linhas de melhoramento genetico: 20 a 25 machos e 80 a 100 fêmeas, cruzamentos de 3 vias. Fêmeas de 2 linhas com elevada prolificidade e capacidade maternal (Neozelandes, Californiana), machos para velocidade de crescimento (raças com influencia de raça grigante). Explorações obtêm fêmeas hibridas (heterose) de explorações multiplicadores e sémen.
- Naves tipo semi-ar-livre, naves fechadas com ventilação natural, naves vom ambiente controlado, naves tipo tunel.
- 3 silos de alimento
- Alimento de engorda: do desmame ao abate, até inicio de reproução, manutenção (16% PB, balanço de aa: lisina, felilalanina, leucina, arginina, sulfurados, 14% FB, 5% G), alimento medicado.
- Alimento de lactação: reprodutoras e laparos.
- Alimento de retirada: sem medicação 3 dias.
Problemas fisiopatologicos
- As necessidades nutricionais não se resumem a 2 alimentos.
- As enteropatias (enteropatia epizootica do coelho) são o maior problema, causando elevada mortalidade (60-70%) e morbilidade (100%), o que torna inevitavel o uso de AB.
- Para minorar os efeitos da nutrição, adopta-se ritmos reprodutivos mais extensivos e desmames tardios.
Consumo
- Maior produtor mundial: China. Na UE é a Italia, Espanha, França.
- Em Portugal existem 5 locais de abate licenciados.
- O consumo (PT) é 2 kg/hab/ano, sendo a maioria de produção doméstica.
- Apresentação inteira com cabeça e figado refrigerada. Em menor proporção congeladas, desmanchadas, cozinhadas e processadas.
- O preço da carcaça é semanalmente determinado por 4 Lonjas (mercados principais de transação de coelhos espanhois) e o preço pago ao produtor varia com oferta.
- Preço elevado no verão mas pagam menos ao produtor porque se ralicona com o mercado.
- Publicidade para estimular o consumo.
Inspecção Sanitaria
Transporte:- Evitar transporte em horas de maior calor ou condições climatericas extremas.
- Jaulas com cerca de 20 coelhos (adaptadas das aves), lavadas e desinfectadas, boa visualização dos animais, bem-estar.
- Tempo de repouso: > 2h em viagens longas. Mas o ideal é o minimo possivel porque perdem peso (economico), imunossupressão, abrandamento do transito intestinal e proliferaçao da flora intestinal com bacteriemia passiva (segurança, conservabilidade).
- Acompanhado por guia de circulação. Se em zona de restrição é guia sanitária.
Exame in vida:
- Contextualização, bem-estar animal, higiene exterior, identificação, orgiem.
- Amostra de jaulas aleatoria é separada e observa-se o grupo para doenças.
- Importante em cutaneo, SNC, respiratorio (espirros e atitude anormal).
- Idealmente feito na exploração. Especialmente na eminencia de eclosão de surto de doença contagiosa.
- Reprovação in vida: lista OIE (raiva, tetano, mixomatose, tuberculose, rodenciose, pasteurelose, tularemia, listeriose, toxoplasmose, mixomatose, doença hemorragica viral, rodenciose, salmonelose), doenças transmissiveis ou sinais que indiquem eclosão, sintomas de doenças que tornem as carnes improprias. Devem ser abatidos no final com percauções especiais.
- Abate:
- 500 coelhos/h, dificuldade na automatização das operações, mascara para evitar sensibilização por pelo e escamas.
- Insensibilização por electrochoque (cabeça introduzida entre 2 electrodos a 300mA, água humedece para permitir condução) e sangria imediata. Esfola por tracção da pele no sentido postero-anterior com animal suspenso por maquina, cortes na cabeça (olhos, orelhas, focinho) e extremidade dos membros , rolete remove as sobras de pele- cuidado para evitar destacamento do pelo e contaminação. Evisceração com remoção do digestivo (sem valor alimentar) e permanencia de rins, pulmões e coração na carcaça - evitar rotura (bexiga, ceco, estomago), a contaminação é quase inevitavel (quimica é rejeição total, com fezes e bilis se extensa é total, se localizada pode sofrer lavagem imediata que evita adesão electrostatica mas dispersa contaminação).
- Insensibilização: monitorização e bem-estar duvidoso, no entanto a antiga pratica de desarticulação cervical era pior.
- Refrigeração <4º. Tempo de vida util de 10 dias (> que aves). Acondicionamento em atmosfera condicionada aumenta tempo de vida para 16 dias e melhora a aparencia da carcaça.
- No abate detecta-se maioritariamente alterações no digestivo, respiratorio e subcutaneo.
- Abertura do diafragma: é legal (observação, palpação e incisão), essencial para observar coração e pulmões mas pouco praticado.
- Registar causas de rejeição e acondicionar subprodutos.
- Veterinario detem, aplica e controlar caracteres da marca de identificação.
Critérios Post-mortem:
- Reprovação: conspurcação generalizada, trauma extenso, cheiros anormais, abcessos, sangria incompleta, ascite, poliartrite, tumores, caquecia, toxemia, septicemia, carne fatigada.
- Taxa de reprovação: 3,34%
- Engorda: 2,4%
- Reprodutores: 20%
- Aprovação de partes (limpeza): lesões traumaticas pouco extensas.
- Aprovação condicionada: carnes magras (utilização industrial).
Patologias
Afecção de Pele e Anexos
Traumas
- Pele, pavilhões auriculares, patas, focinhos.
- Causas: deficiencia nas estruturas, manejo (ruído), densidade excessiva, carencias minerais e vitaminicas (picassismo), sede, lutas (proveniencias diferentes), lesões pruriticas (sarna).
- Tratamento: local com lavagem e desinfecção, medidas profilaticas.
Sarna da cabeça e patas
Virose
Coriza / Sindrome respiratorio
Pasteurelose
Pseudotuberculose
Tuberculose
Doença Hemorragica Viral
- Sarcoptes cuniculi, Notoedres cati.
- Inicia-se com alopecias e crostas espessas no focinho, face, labios, patas, raiz das unhas e dorso e generaliza-se rapidamente. A pele tem cor avermelhada, irregular, espessada com feridas miliares (auto-mutilação).
- Secundario: infecções bacterianas (exsudados), fraqueza, cegueira, otite, dificuldade na ingestão.
- Transmissão: contacto directo ou pelo material. Em humanos é zoonose oportunista auto-limitante (utilizar luvas e lavar).
- A fêmea faz tuneis na epiderme profunda onde deposita ovos que eclodem em 4 dias. A larva escava até à superficie provocando prurido. O ciclo completa-se em 25 dias.
- Rejeição da cabeça. Em casos cronicos e complicados (inanição) rejeição total.
Sarna auricular
Micoses (Tinha)
Viroses
Mixomatose (virose)
Parasitoses
Bacterioses
- Chorioptes cuniculi, Psoroptes communis.
- Face interna do pavilhão auricular e canal auditivo externo com feridas e crostas que ao retirarem-se sangram com facilidade e têm exsudadoamarelo. Prurido intenso (auto-mutilação), sacodem a cabeça, torcicolo.
- Evitar transmissão aos tratadores e operadores do matadouro (Pseuroptes).
- Tratamento local: lindano (organoclorados), benzoato de benzilo 5%, cresol 1%. Sistemico: ivermectina SC a cada 7 dias (IS 28 dias! - prioritario na pesquisa de residuos). Medidas profilaticas estritas, isolamento, desinfecção, precauções no abate. Rejeição da cabeça.
Queiletiose
- Cheyletiella parasitivorax (ácaro).
- Trasmissão: contacto directo. Zoonose transitoria em humanos (não se reproduz).
- Parasita externo da pele e pelo não escavador. Alimentam-se de queratina formando pseudo-tuneis na camada cornea da epiderme.
- Zona dorsal do pescoço e região abaixo da cauda (maior acumulação de pelo). Grande quantidade de escamas, prurido (alergia à saliva), perda de pelo, espessamento da pele, pode ser vector de mixomatose.
- Ciclo de 35 dias. Os ovos sobrevivem 10 dias no corpo. As larvas, ninfas e adultos machos morrem 2 dias no ambiente.
- Diagnostico: raspagem de pele com bisturi com oleo, colagem de fita-cola, observação directa à lupa.
- Tratamento: 3 doses de ivermectina a cada 7 a 10 dias, piretrinas, organofosforados (permetrinas contra-indicado em coelhos). Aspergir insecticida no meio, queimar o pelo das jaulas, usar luvas e batas, isolamento e desinfecção, percaução no abate.
Micoses (Tinha)
- Fungos queratofilicos: Trichophyton mentagrophytes (zoofilico) e Microsporum gypseum (geofilico).
- Trasmissão: contacto com pelo infectado, solos animalizados (onde se enterram animais), esporos no solo e ar, material do ninho, amamentação. Infecções subclinicas em adultos e reprodutores propagam surtos.
- Factores: higiene deficiente, excesso de humidade, carencia vitaminica e mineral (vit. A e enxofre), predisposição de raças (albinos), jovens (sistema imunitario).
- Alopecias circulares ou policiclicas em regiões menos vascularizadas da pele (orelhas, focinho, dorso). Mais comum: tonsura seca, sem descamação, sem inflamação e não-pruritica. Outras formas: escamo-crostosa, favo e kerion (pruriginosas).
- Diagnóstico: lampada de Wood (bom no i mas só detecta 50% de Trichophyton), exame microscopico de KOH (70%), cultura em Saboraud ou agar DTM e pelos ou escamas de zona suspeita (moroso: 3 semanas em local escuro e seco).
- Kerion e escamo-crostosas dificil de diferenciar de sarna.
- Sarna pode coexistir.
- Tratamento: recuperam sem tratamento. Tratamento local: soluções queratoliticas, clotrimazol (anti-fungico). Sistemico: griseofulvina na ração até 2 semanas após desaparecerem os sinais (nunca em lactantes e gestantes).
- Descontaminação ambiental dificil: solução de lixivia a 10%, chamejamento de jaulas, melhorar ventilação, diminuir humidade, aumentar filtração do ar.
- Inspecção: abate com precaução especial (zoonose). Rejeição total em kerion, processos subcutaneos, complicações supurativas secundarias.
Bacterioses
- Secundarios a lesões. No tecido subcutaneo formando abcessos e fleimões, por vezes fistulados (tumefacções, inaptencia, apatia). Staphylococcus aureus, Pasteurella multocida, E. coli, Fusiformis necrophorus (necrobacilose), Corynebactrium, Pseudomonas auruginosa.
- Abcessos: S. aureus, Pasteurella, Pseudomonas, trauma e vacinas. Membros com pus abundante, cervicais não encapsulados, viscerais encapsulados.
- S. aureus: encapsulamento (isolamento), sinais sistemicos, localização, abcessos e artrite.
- Mamites: em reprodutoras por S.aureus, após lesão pelos laparos ou gretas, as glandulas estão tumefactas e sensiveis à palpação (evitam amamentação, diminui produtividade).
- Otites: secundarias a rinites e necrobaciloses, por Staphylococcus e Pasteurella. Orelhas caidas, sacodem a cabeça, esfregam pavilhões auriculares, torcicolos e perdas de equilibrio.
- Mal de patas: faces plantares dos membros lesados que impedem alimentação e abeberamento. Podem exisitir por factores hereditarios (agressividade, ausencia de pelo denso) e pelas estruturas do piso.
Viroses
- Variola: poxvirus, elevada morbilidade, lesões nas aberturas naturais (olhos, focinho, anus), mortalidade elevada (dificuldade na ingestão), reprovação total.
- Papilomatose: rara, lesões extensas e complicadas com infecção bacteriana secundaria. Reprovação.
- Doença de Aujesky (nervosa), Doença virica hemorragica (hemoptises, epistaxis, melena9.
- Poxvirus, declaração obrigatoria e reprovação total.
- Trasmissão: vectores hematofagos (mosquitos e pulgas), aerogena (forma respiratoria).
- Multiplica-se no baço, testiculos, regiões palpebrais, base das orelhas.. Morte aos 8 a 15 dias (obstrução). Sufusões sanguineas epicardicas e sub-serosas.
- Forma nodular: mixoma primario (orelha, periorbital), edema (face leonina), tecido anogenital inflamado de cor rosada a violacea, mixomas secundarios (orelha, face) - tumores gelatinosos vascularizados sem dor, com liquido mucoso rosado à incisão.
- Forma respiratoria: sem tumor, face leonina (edema), rinite e blefaro-conjuntivite purulenta, edema anogenital violaceo (patognomonico). DD: sindrome respiratorio.
- Não há tratamento. Profilaxia (vacina viva em reprodutores), pavilhões longe de charcos e estrumeiras, redes mosquiteiras e lampadas electrocutoras, desinsectização periodica, isolamento e abate sanitario (eliminação de cadaveres por incineração ou enterrados profundamente regados com formol), desinfecção com formol a 1%.
Afecções Digestivas
Parasitoses
- Jovens mais susceptiveis, podem coexistir
- Prevenção: alimentação, evitar acesso de cãos e gatos ao alimento e material do ninho. Reprovação total de quistos com infiltrados purulentos, ictericia, ascite ou caquexia.
- Coccidiose Hepatica (Eimeria stiedae)
- Explorações domesticas.
- Inaptencia, anorexia, atrasos no crescimento, anemia, ictericia ligeira, obstipação ou diarreia, emagrecimento, anemia. Aguda com morte aos 10 dias, cronica por caquexia as 4 a 6 semanas.
- Nodulos ou quistos amarelo-acinzentado palido de tamanhos variados ao longo dos canaliculos biliares, por vezes coalescentes, caseificados ou calcificados.
- Reprovação parcial do orgão.
- Coccidiose Intestinal (E. perforans, E. magna, E. media, E. irresidua).
- Explorações domesticas de media dimensão.
- Anorexia, emagrecimento, atraso no crescimento, ascite, diarreia copiosa e fetida (aquosa, por vezes hemorragica), inanição.
- Enterite hemorragica com petequias na mucosa e espessamento da parede intestinal.
- Reprovação parcial do orgão.
- DD: colibacilose, salmonelose.
- Cisticercose (Taenia taeniaeformis do gato): coelho hospedeiro intermediario, cisticercos no fígado, extensivo por alimentação de erva.
- Cenurose (T. serialis do cão): tecido conjuntivo, cerebro, figado (raro), musculos lombares e membros pelvicos (mais vascularizados) e quistos abdominais.
- Cisticercose (T. pisiformis do cão): serosa peritoneal. Rejeição com muitos quistos dispersos, abcessos, outros transtornos.
- Passalurus ambiguum (oxiuro): ceco e intestino grosso, em infestações massivas com diarreia alternada com obstipação, prurido anal e magreza.
- Especialmente em jovens.
- Doença de Tyzzer (Bacillus piliformis):
- Tiflite bacilar aguda: ceco, porção terminal do ileo e intestino grosso com enterite hemorragica e necrose do ileo. Mortalidade até 90%. Cronica com micro-abcessos hepaticos, focos de necrose no miocardio.
- Diagnostico dificil, histopatologia dá indicação. Reprovação total.
- Enterite mucoide (multifactorial: E.coli O:103, Clostidia, Saccharomycopsis guttulatus):
- Enterotoxinas levam a acumulação de liquido no intestino delgado e coagulos muco-gelatinosos no grosso. Fezes gelatinosas de cor alaranjada tipica. Ceco impactado (colica). Reprovação total.
- Diarreia e anorexia, colica, morbilidade 100%, mortalidade 60-70%, dilatação gastrica, parecia secal, muco no ID e colon.
- Colibacilose (E.coli O:103): ecopatologia, diarreia mucosa e depois hemorragica, hemorragia em todo o intestino. Reprovação total se cronica ou septicemica.
- Enterotoxemias (Clostidium perfrigens A, S. spiriforme):
- Devido à anatomia do ceco são vulneraveis: sobrecarga alimentar, excesso de fracções energeticas - multiplicação de C. perfringens produtor de enterotoxina tipo A, alfa-hemolisina, lectinase - entero-colite necrosante, toxemia, morte subita.
- Menos agudo: apatia, sonolencia, obstipação, hipotermia, vasodilatação periferica, ventre dilatado e duro. Parenquima hepatico amarelo dourado de aspecto cozido e friavel (degenerativo), vesicula repleta de bilis, necrose intestinal circular (duodeno), ri, polposo, petequias, sangue violaceo escuro incoagulavel, intestino vazio com gas nauseabundo e decomposição rapida.
- Salmonelose (S. typhimurium, S. enteritidis):
- Rejeição em vida e reprovação total. Doença emergente (zoonose).
- Transmissão: contacto directo, fontes ambientais. Ingestão de grande numero de celulas. Excressão nas fezes por 4 a 6 semansa.
- Abortos tardios, mortalidade das femeas no final da gestação, diarreia nas gestaçao inexplicavel, mortalidade precoce em laparos, sintomatologia sistemica.
- Esplenomegalias, necrose puntiforme do figado, petequias no intetino, necrose cecal focal. Outras: metrites, pericardites, enterites.
- Zoonose: homem com dores abdominais, vomito, diarreia, desidratação, febre, dores de cabeça e oculares, nausea (incubação 12 a 24h). Prognostico favoravel.
Reprovação total.
Virose
- Papilomatose (Papovavirus): rara e benigna. Verrugas com aspecto de couve-flor, pediculadas, acizentadas, com pequenas papilas na face ventral da lingua e interna da boca. Tratamento com substancias causticas ou ablação cirurgica.
Afecções Respiratórias
- Multifactorial: Bordatella bronchiseptica, Pasteurella multocida, Staphylococcus aureus (P. haemolitica, Micoplasma, Haemophillus influenza, Klebsiella). Irritação das mucosas por amoniaco (acumulação de fezes e urina), má ventilação, correntes de ar.
- Catarros nasais, sinusite, conjuntivite, espirros, otite, rinorreia serosa a mucopurulenta - depende do estado geral.
- Pneumonia e pleuresia, septicemia - rejeição total.
Pasteurelose
- Pasteurella multocida var cuniculi, por vezes associada a Bordatella bronchiseptica. Diferentes estirpes com diferente produção de exo- e endotoxinas, capacidade de resistir a fagocitose e destuir neutrofilos (vacina de espectro reduzido). Explorações intensivas, elevada incidencia.
- Trasmissão: contacto directo, aerossois, fomites, via hematogena e venerea. Assintomaticos demonstram quado sujeitos a stress (mudança de temperatura ou humidade, deficiente ventilação, higiene precaria, sobrepopulação, raça, idade, gestação, estado nutricional - avitaminose).
- Colonização da faringe, dissemina-se a cavidade nasal e progride para os pulmões, ouvido medio, saco conjuntival, subcutaneo ou visceras (contiguidade ou via hematogena) formando uma inflamação supurativa.
- Hiperaguda: septicemia hemorragica, debate-se e estica os membros, morre lentamente. Pneumonia aguda com focos de hepatização vermelhos acizentados nos lobos cranioventrais com ou sem hemorragia.
- Aguda: quadro febril, corpo em bola, orelhas pendentes, cabeça baixa. Lesões hemorragicas no pulmão, baço, figado, rins. Laringotraqueite com petequias, congestão e hepatização pulmonar, broncopneumonia purulenta, abcesso pulmonares, pleuresia fibrinosa e piotorax. Lesões na cavidade abdominal.
- Quadro especifico:
- Exsudado nasal muco-purulento: face medial dos membros anteriores sujos, evolui para pneumonia aguda (mortalidade) ou pneumonia cronica (hepatização, abcessos, pleurite, piotorax).
- Otite media/ interna: cabeça pendente, incoordenação motora, exsudado branco-cremoso no ouvido medio.
- Infecções genitais: descargas vaginais, infertilidade, piometra com exsudado acizentado purulento, testiculos aumentados, endurecidos, com abcessos (orqueite).
- Abcessos subcutâneos: septicemia.
- Conjuntivite: mucosa congestionada com exsudado aderente, epifora e blefarospasmo, exsudado mucopurulento.
- Septicemia: morte rapida, congestão difusa e petequias nas visceras, abcessos disseminados.
- Diagnostico: sinais e necropsia, coloração de exsudado com Gram, diagnostico definitico por isolamente (dificil - baixo crescimento), serotipagem para auto-vacina.
- Reprovação total, apesar de só se justifica por repercussão no estado geral.
- Yersinia pseudotuberculosis. Nodulos caseificados o parenquima pulmonar, figado, baço e intestino. Diagnostico bateriologico. Reprovação total e abate e destruição de afectados.
Tuberculose
- M. bovis, M. avium, M. tuberculosis. Rara.
- Transmissão: aerossois, ingestão, inoculação cutanea - forma nodulo caseoso primario no local de inoculação, depois dissemina-se com generalização e forma pequenos focos caseosos (tuberculose miliar).
- Alteração comportamental, anorexia, letargia, emagrecimento. Diarreia, linfoadenopatia, ulceras de pele, espleno e hepatomegalia, hipertrofia linfatica.
- Diagnostico: evolução lenta torna dificil, cultivo em meios especiais, intradermo-reacção. Reprovação total.
- Nunca exsudação catarral ou purulenta, so epistaxis. Sangue não coagula.
Afecções Genito-urinárias
Espiroquetose / Sifilis dos leporideos
- Treponema cuniculi (espiroqueta com tropismo para o reprodutor). Elevada morbilidade, quebras de fertilidade. Profilaxia por selecção dos reprodutores, destruição de animais com lesoes (massa vegetiforme com vesiculas na abertura genital e ocasionalmente nas palpebras). Reprovação total.
Metrites
- Pasteurella multocida, Staphylococcus aureus. Reprodutoras idosas, retenções, corrimento vaginal muco-purulento, infertilidade. Reprovação total.
Afecções do sistema nervoso
- Meningo-encefalites: Listeria monocytogenes, virus de Aujesky.
- Traumatismos da coluna vertebral: paralises.
- Reprovação total (elimina, impede difusão, evita sofrimento).
Afecções do circulatório
Tularemia
- Francisella tularensis (~ Pasteurela). 4 biogrupos, 2 com sinais mais exsuberantes: Jelisson tipo A, e Jelisson tipo B (menos virulenta). Infecta vários animais, sobrevive no solo, agua e carcaças em decomposição. Extremamente infecciosa (10 a 50 cels), elevada morbilidade, incubação longa. Agente de bioterrorismo (zoonose). Existe vacina. Frequente em Espanha.
- Transmissão: parasitas intracelulares de macrofagos que acedem aos linfonodos e orgãos (figado, baço, pulmão).
- Ulceroglandular (70-80%): solução de continuidade (microtraumatismos na pele) ou picada de artropode (transcutanea).
- Orofaringea (5-10%): contaminação oral.
- Inoculação (5-10%).
- Tifoidal (?).
- Hipertermia, apatia, anorexia, desidratação, linfoadenopatia, abcessos, ulcerações orais e linguais, pneumonia, hepato e esplenomegalia (focos necrotico acizentados), ictereicia, sinais nervosos (excitação, incoordenação), mortalidade (< 1 sem, 100%). Lebre com hipertrofia dos linfonodos.
- Humanos: incubação 1-14 dias, febres altas, tremores, mialgias, cefaleia, pneumonia (tifoidal), ulcera no local inoculação (ulceroglandular), mortalidade 5-15%. Caça: lebres que não fogem do homem (septicemia).
- Diagnóstico: cultivada em meios especiais (incosistente), detecção de aglutinação de anticorpos no soro (2º a 3º semana). Diagnostico definitivo: isolamento em sangue, exsudados, biopsia de lesão ou linfonodo. Na necropsia usar 2 luvas, mascara e oculos. Suspeitar em animais com febre com ou sem linfoadenopatia em area endemica.
Rodenciose
- Pasteurella rodenci.
- Fase aguda: septicemia hemorragica. Fase crónica: pioemia, pequenos abcessos de tom dourado no baço, figado, pulmões. Elevado nº de mortes subitas, hemoptise e melena.
Doença Virica Hemorragica
- Calicivirus.
- Jovens <50 dias resistentes. Incubação 24 a 48h, mortalidade 80 a 90% (asfixia). Nova variante mutante (1,3/ano), recombinante - auto-vacina.
- Evolução hiperaguda, sistemas nervosos (agitação convulsiva, epilepsia), espuma sanguinolenta nas vias areas superiores (focinho e narinas).
- Quadro hemorragico generalizado (excepto ceco), gastrite catarral (petequias e ulcerações), heptomegalia (friavel, amarelo, perilobular acizentado), traqueia congestiva com conteudo espumoso hemorragico, pulmão congestivo com edema e hemorragia, hipertrofia do timo, esplenomegalia (escuro), rim escuro e hemorragico, coração com hemoragia pericardica e endocardica, linfonodos mesentericos edematosos, incoagubilidade do sangue.
- Compromisso pulmonal, intestinal, hepatico, renal com hemorragia geral.
- Surto implica vacinação sistematica de reprodutores, não há terapeutica.
- Reprovação total.
Tecnopatias e Patologias generalizadas
Caquexia
- Baixo desenvolvimento muscular (m. lombar), ausencia de gordura (entre fibras musculares, interescapular, mesenterica, peri-renal).
Morte por causa estranha ao abate
- Stress termico, cianose, traumatismo.
- Musculos castanho escuros, vasos viscerais engurgitados e evidenciaveis, odor fecaloide intenso e rigidez.
- Rejeição ante-mortem.
Ausencia de sangria / sangria incompleta
- Musculos vermelho-escuro, vasos viscerais engurgitados, orgãos e linfonodos congestionados
- Rejeição total.
Trauma
- Hematoma e fracturas. Frequente nos membros e musculos toraco-lombares.
- Durante apanha, transporte em jaulas (colocam patas de fora), colocação no abate.
- Decisão conforme extensão e natureza, e praticabilidade de remoção parcial. Rejeilão total se ao retirar expõe carne a contaminação ou o sofrimento compromete a sangria.
DFD
- Animais no centro do camião não recebem ar renovado. Rejeição para consumo directo.
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