Reprodutor Feminimo
Freemartinismo
- Pseudohermafroditismo é a incompatibilidade entre genitália externa ou tubular e o sexo gonadal. Pseudohermafroditas XX incluem freemartins e outras quimeras.
- Quimeras têm células com diferentes cromossomas, vindos de dois fetos.
- A quimera mais comum é a vitela freemartin (fêmea do par de gêmeos fêmea/macho).
- Anastomoses vascular placentais permitem a troca de sangue entre fetos (mais frequente nos bovinos).
- Produtos dos genes do macho causam diferenciação do células de Sertoli fetais e semelhantes a tubulos seminiferos nos ovarios da fêmea. A percentagem de células do macho varia.
- Os ovários são pequenos, com poucas ou nenhumas células germinativas a orgãos parcialmente cobertos por testiculos, ou constituidos por estruturas semelhantes a tubulos seminiferos. Podem estar presentes vesículas seminais, estruturas mesonefricas.
- O ducto paramesonefrico deriva de estruturas normais, mas nunca comunica com a vagina.
- Externamente parece fêmea, mas o vestíbulo e vagina são curtos (hipoplasicos), a vulva hipoplasica, o clitoris aumentado. O macho não é afectado.
Quistos Ováricos
- Congénitos: dentro e fora do ovário.
- Fora do ovarios (paraovaricos, dos ductos paramesonefricos o mesonefricos).
- Quisto remanescentes dos ductos paramesonefricos inclui quistos fimbriais e tubo acessório quistico (equinos, hidatido de Morgagni). Mais comum no cão e gato é rete ovari quistica (mesonefrico), que expande para o estroma ovarico, cobertos por epitélio.
- Neoplasmas ovários quisticos.
- Atresia de foliculos ocorre quando regridem. Se for anormal interfere com a libertação de GnRH, podendo persistir como um quisto limitado por células da granulosa ou é infiltrado por macrófagos, células teca, fibrobalstos formando cicatriz.
- Quistos foliculares:
- Vaca (degeneração ovárica quistica) e porca.
- Na vaca leiteira por propagação do intervalo pós-parto ao estro.
- Não ocorre ovulação, por deficiencia em LH (hipotalamo-hipofise) ou no receptor. Tratado com GnRH e gonadotropina coriónica.
- Stress - ACTH / cortisol - inibe GnRH - menos LH - não ovula.
- Elevada progesterona - inibe GnRH - menos LH - não ovula.
- Infecção uterina pós-parto pode causar ovarios cisticos em vacas leiteiras.
- Endotoxinas bacterianas e prostaglandinas - estimulam libertação de cortisol na adrenal - inibe GnRH - inibe libertação de LH - quistos.
- Nos bovinos tem 2,5cm, persiste 10 ou mais dias.
- Quisto luteínico:
- Libertação insuficiente de LH, parte da degeneração ovarica quistica.
- Vacas e porcas.
- Não há ovulação, o quisto é rodeado por tecido fibroso e células teca luteínizadas.
- Os quistos foliculares e luteínizados podem ocorrer no mesmo ovário, a quantidade de luteínazação não está definida.
- Quisto do corpo luteo
- Patogene desconhecida.
- Ocorre ovulação e forma-se um quisto grande e irregular, que não interfere no ciclo estrico.
- Na vaca deve ser distinguido do quisto luteínico e do pequeno quisto central normal do corpo luteo.
Hiperplasia endometrial
- Localizada ou generalizada.
- Importante na ovelha, cadela e gata.
- Em animais de quinta, causada por hiperestrogenismo prolongado. Trevos (subterraneo e vermelho) são fonte de estrogenios.
- Factores na vaca: folículos quisticos, tumores das células granulosas, trevos.
- Factores na porca: zearalenona (alimento bolorento).
- Ovelhas: reduz fertilidade, distocia, prolapso uterino por hipotonocidade, desenvolvimento de glândulas endometriais no cervix, aumento da glândula mamária, quistos endometriais (1cm, fluído transparente, ao lado e sob carunculas).
- Não é precanceroso nos animais. As lesões quisticas são provavelmente irreversiveis.
- Cadela e gata: hiperplasia endometrial quistica, mais frequente em diestro, presença de bacterias, alteração nas hormonas (progesterona no estro tardio ou diestro precoce). Há reacção decidual - hiperplasia semelhante à na gravidez.
- Hiperplasia endometrial simples: espessamentos do endometrio difusos ou em placas. Quando fica quistico, é observável na necropsia. Há aumento no tamanho e número de glândulas e edema no estroma. As glândulas tornam-se quisticas, a pressão da secreção aumenta, o epitelio fica achatado.
- Nas cadelas e gatas pode progredir para piometra.
Piómetra
- Sequela da endometrite ou metrite.
- Infecção aguda ou crónica do útero com acumulação de pús no lúmen.
- O cervix nao fecha completamente, podendo haver descarga de conteúdo.
- O cervix pode ser obstruido mecanicamente ou por progesterona produzida pelo corpo luteo.
- Na vaca a persistência do corpo luteo está relaciona com piometra. No cão, segue a endometrite.
- O exsudado é viscoso e castanho por E.coli, amarelo cremoso por Streptococcus.
- O útero pode estar distendido, não necessariamente uniforme.
- A mucosa pode ter necrose, ulceração, hemorragia, áreas quisticas, secas, amarelas, espessadas.
- As áreas secas e amarelas são hiperplasia e metaplasia escamosa do epitelio de superficie - inflamação crónica da mucosa.
- As áreas quisticas são causadas por hiperplasia endometrial quistica.
- No cão, podem se formar lesões como depressão da medula óssea, hematopoiese extramedular, glomerulopatia por complexo imune.
Reprodutor Masculino
Intersexo
- Anormalidades em dimorfismo sexual por erros do sexo cromossomal, gonadal ou fenotipico.
- Cromossomas sexuais podem ser anormais em estrutura e número. Delecção do braço curto do cromossoma Y e duplicação do braço (isocromossoma) leva a fenotipo fêmea com gonadas hipoplasicas. XXY ou XYY têm genitalia macho. Quimeras XX/XY são ambiguas sexualmente, depende do nº de células.
- XY podem ter anormalidades. Hermafroditas podem ter ovotestis (mistura ovário + testiculo) ou separados. Bilaterais têm ovotestis de cada lado, unilaterais têm ovotestis de um lado, laterais têm testiculos de um lado e ovário do outro. Ocorre em cão, porcos e cabras, e bovinos freemartin.
- Reversão sexual - as gonadas nao correspondem ao sexo cromossomal. Macho XX têm determinante de testiculo noutro cromossoma. Fêmeas XY são hipogonadotropicas, hipogonadismo com ausencia de caracteres secundários (rato, cavalo, humano).
- Machos pseudohemafroditas têm anormalidades no fenotipo. São machos de cromossomas e gonadas (testiculos) mas o trato reprodutivo é ambiguo. Pode ser provocado por deficiencias em enzimas, hormonas ou receptores na diferenciação.
- Sindrome dos ductos de Muller persistentes (PMDS): disturbio raro da substância inibitória Mulleriana (MIS) - mutação no gene ou receptor. Fenotipicamente são normais, mas apresentam criptordiquismo uni ou bilateral (interferencia na função dos gubernaculos). Os testiculos estão ligado a cornos uterinos, descendendo em conjunto pelo anel inguinal. O ducto deferente está no miometrio. A vagina cranial e prostata estão presentes. São sujeitos a tumor de células de Sertoli, hidrometra e piometra. Têm espermogenese diminuida, esclerose tubular.
- Deficiencia em 5α-redutase tipo 2 é uma caracteristica autossomica recessiva. Converte testosterona em dihidrotestosterona, necessaria à masculinização do seio urogenital, tuberculo e turgescencias genitais. Sem dihidrotestosterona originam estruturas femininas (vagina, clitoris, etc). É provavel que retenha os testiculos.
- Disturbios nos receptores androgenios causam pseudohermafroditismo. Por mutação no gene do receptor (cromossoma X, só uma cópia), especialmente no dominio de ligação ao DNA. O sistema mesonefrico é anormal. Pode ter insensibilidade completa ou incompleta. Completa com testiculo criptorquidicos e inguinais (a 2ª fase - inguinalescrotal é controlada por testosterona), a genitália externa é fêmea com uma vagina cega e sem ductos paramesonefricos e mesonefricos (equinos, bovinos, felinos).
Freemartinismo
- Podem ser hermafroditas.
Criptorquidismo
- Os testiculos são importantes em animais de reprodução. O output diário de esperma está relacionado com o tamanho e volume testicular.
- Hipoplasia é congenita, o testiculo não aumenta na puberdade (também no criptorquidismo).
- Criptorquidismo é a descida incompleta dos testiculos. Nos mamiferos desce após o nascimento. É mais comum unilateral (igual no cavalo, esquerdo no boi).
- O testiculo pode estar entre o rim caudal e o escroto.
- Diferenciação epididimal é abrandada porque depende do descimento.
- Comum em cães e gatos. Pode ser genético (autossomica recessiva).
- Anormalidades no gubernaculo podem causar criptorquidismo. Outros factores são hipoplasia testicular, exposição a estrogénio na gestação, trabalho de nadegas que compromete o fornecimento de sangue aos testiculos, fechar do cordão umbilical tardio (diminui a habilidade de aumentar a pressão abdominal).
- Testiculos atroficos após puberdade, com colagenio depositado e fibroticos, espessamento hialino das membranas basais tubulares, degeneração do epitelio germinal (poucas espermatogonias normais).
- A espermatogenese depende de uma temperatura fria. Ocorre apoptose de células germinais (proteina p53), células endocrinas intersticiais são mais numerosas
- Maior probabilidade de neoplasia (tumores de células Sertoli e seminomas). Aumento do risco de neoplasma no contralateral (mesmo que normal, pode sofrer torção).
- Individuos intersexo têm testiculos criptorcoides com frequencia. Quanto mais tecido testicular no ovotestis, maior probabilidade de descer. Os tubulos seminiferos são anormais no ovotestis por causa do criptorquidismo e estrogenio. Têm pouca espermatogonia.
Neoplasias testiculares
- Neoplasmas testiculares comuns em cães velhos, menos em equinos.
- Originam de células germinativas, células de Sertoli, células endocrinas intersticiais. Mais raro de mesenquima testicular ou metatasticos.
- Os primarios mais comum são seminoma, tumor células intersticiais e tumor de células Sertoli. Podem ser combinados, normalmente benignos, metastase rara (nódulos na região).
- Células germinativas: seminoma teratoma e carcinoma embrional (raro). Comum 1º em equinos, 2º em caninos. Mais em criptorquismo. Origem multicentrica, invasividade local. É branco ou rosa-cinza, saliencias ou corte, trabeculas fibrosas.
- Seminomas intratubulares ou difusos, células neoplasicas grandes, polihedricas, redondas de grande nucleo, pouco citoplasma, elevada mitose. Células gigantes com núcleo simpels ou multiplo. Agregados linfoides à volta dos vasos (diagnostico).
- Teratomas por células germinais totipotentes. Incomum, mais em cavalos jovens e testiculos criptocoides. Pode ser grande quistico, poliquistico, com pelo, muco, osso ou dentes. Têm derivados de 2 ou 3 camadas embrionarias. A maioria é bem diferenciado e benigno.
- Tumores de células intersticiais mais comuns no cão, gato e boi. Cor castanha a laranja, frequentemente com hemorragia, esferico, bem demarcado, encapsulado, não invasivo, benigno. Provavelmente começam como hiperplasia nodular benigna. Podem produzir hormonas, ter necrose ou quistos. No boi as células são pequenas. No cão são grandes, esfericas, poliedricas ou em fuso. As céluas têm muito citoplasma, vacuolado, pigmento castanho.
- Tumor de células de Sertoli é o 3º mais comum no cão (mais em criptorquidicos). É firme, branco, lobulado por bandas fibrosas, aumento dos testiculos. Pode invadir o cordão espermatico e metastizar para linfonodos regionais. As células são normais ou pleomorficas. As células neoplasicas tendem a formar palissada no estroma fibroso ou a formar estruturas tubulares. Pode produzir efeito feminizante (ginecomastia, estrogenio, altera balanço hormonal). Hiperesterogenismo provoca mielotoxicidade, anemia regenerativa, granulocitopenia, trombocitopenia, alopecia, hiperplasia ou metaplasia escamasa dos ácinos na prostata.
- Neoplasmas mistos células germinais - estromais ocorrem em cães velhos. O testiculo é grande e criptorquidico, podendo ser substituido por uma massa firme, cinzenta a castanho, multilobulada ou simples. Ocorre mais em estruturas tubulares.
Hiperplasia prostática
- Depende da idade e da testosterona.
- O cão é a única espécie domestica que desenvolve espontaneamente com a idade.
- Provoca constipação, ocasionalmente estenose da uretra.
- Não ocorre em castrados e a castração em doentes é terapeutica.
- A hiperplasia acinar é provocada por excesso de androgénio, a hiperplasia fibromuscular por excesso de estrogénio.
- O aumento é uniforme, pode ser quistica.
- Hiperplasia do epitelio acinar, interlobular, estroma fibromuscular interlobular (menos).
- Alguns ácinos estão distendidos com fluído e têm epitelio achatado.
- Hipertrofia por estrogénio na presença de tumores das célula de Sertoli comm metaplasia escamosa do epitelio acinar, ductos, uretra prostática e utero masculino. As células descamam para o ácino, estão presentes neutrófilos e células inflamatórias. A metaplasia escamosa não é preneoplasica no cão.
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