Sistemas de Produção de Bovinos de Carne
Carne como subproduto de explorações leiteiras
Vacas de refugo e vitelos machos (Holstein) produzidos como vitelão (abatidos aos 6-9 meses) com dietas energéticas (torna económicamente mais viável).
Em algumas explorações leiteiras, quando o efectivo está estabilizado e o potencial genético objectivo estabilizado, podem não se inseminar todas as vacas com semen Holstein. Insemina-se as piores vacas com sémen de um raça de função carne para aumentar o potencial genético para da produção de carne nos vitelos. Utiliza-se o sémen de Holstein para originar novilhas para substituição ou para venda (outras explorações leiteiras). Os vitelos podem ser engordados na exploração ou em feed lot (comprados após o desmame, ficam num pavilhão e recebem alimento fibroso suficiente para a ruminação e muito concentrado).
Sul: vacadas para exploração da função carne. Vacas de venda. Produzir idealmente um vitelo por ano. Em sistemas extensivos.
Vacadas de raça pura
Selo de qualidade de raças autoctones.
Vacas de cruzamento
Raças autoctones cobertas/inseminadas com raça especializada em função de carne. Os vitelos têm maior potencial de crescimento e diferente composição da carcaça. É vantajoso o cruzamento com animais autoctones porque estão mais adaptados ao ambiente (também à variação do pasto ao longo do ano) e têm menos necessidade. Perde-se a valorização da raça em termos económicos. Decisão: qual o aumento de preço na raça pura? o que produz?
Exploração Extensiva e Intensiva em Portugal
Recursos genéticosE: raças autoctones.
I: cruzamentos entre autoctones e raças especializadas na produção de carne.
Custos alimentares
E: recursos locais, pastagens não melhoradas, limitado à quantidade e qualidade do pasto, capacidade fotossintética.
I: importada, concentrados, maior custo unitário, elevado teor em energia e proteina.
Destino: qualidade e quantidade
E: quantidade limitada, qualidade permite elevado preço de venda.
I: fornecimento em massa, standard.
Procura
E: nichos de mercado (dependente da disponibilidade económica da familia).
I: generalizado.
Custo de produção
E: mais caro.
I: mais barato.
Bem-estar animal
E: menor densidade animal, resposta biológica em função do local.
I: elevada densidade animal.
Adaptação
E: boa, produção baixa.
I: menos rustica, maior produção.
Localização
E: regional.
I: generalizado.
Trabalho
E: menor.
I: elevadas necessidade de mão-de-obra.
Influencia no ambiente
E: impacto pequeno.
I: potencialmente agressivo.
Preservação de recursos genéticos
E: pode ter um papel importante na preservação.
I: pouco provavel.
Caracteristicas dos Sistemas Extensivos em Portugal
Clima | Norte e Centro | Sul |
---|---|---|
Mediterranico | Com influencia Continental e Atlantica. | Com influencia Continental. |
Temperatura média anual | 15ºC | >15ºC |
Média anual de Chuva | >800 mm Gerês e Serra de Ossa: 3000mm. | <800 mm Barrancos: 400 mm. |
Geadas | Elevada. Durante 8 meses. Lameiros é mais baixa (70 dias) porque se utiliza a regra de Liman (faz-se o campo de forma a que a água corra, o que previne geadas e permite que a erva cresca durante um periodo maior de tempo). | Baixa. Depende da próximidade ao Atlantico. |
Solos de granito e xisto, solos arenosos, baixo pH, baixos niveis de bases intermutáveis | Elevado relevo. Fertilidade e produtividade média. Erosão hidrica média. Baixa matéria organica. | Planicies. Baixa fertilidade e produtividade. Elevada erosão hidrica (devido à monocultura de cereais no passado). Muito baixa matéria organica. |
Sistema de Produção | Norte e Centro | Sul |
---|---|---|
Tamanho da exploração | Pequenas (3 hectares). | Grandes (300 hectares). |
Número médio de animais fêmas | 3 | 75 |
Tipo de agricultura | Familiar. Diversificada. | Empresarial. |
Aptidão de raças autoctones | Carne e trabalho. | Carne. |
Pastagem | Irrigação natural + terra seca. | Terra seca. |
Elevada digestibilidade e produção de forragem | Abril, Maio, Junho, Julho. | Março, Abril, Maio. |
Elevada digestibilidade e baixa produção de forragem | Março, Outubro. | Outubro, Novembro. |
Crescimento baixo ou nulo de forragem | Agosto, Setembro, Novembro, Dezembro, Janeiro, Fevereiro. | Junho, Julho, Agosto, Setembro, Dezembro, Janeiro, Fevereiro. |
Alimentos suplementares | Feno, palha de cereais, nabos, ferrejos, batatas, fruta. | Palha de cereais, feno, grão de cereais e restolho. |
Partos | Durante todo o ano. | Dois periodos: Verão e Inverno (quando há mais alimento). |
Abate | 7 meses. | 18 - 24 meses. |
Restolho - na produção de cereais, após a colheita dos grãos e palha, parte da planta não é colhida e ficam alguns grãos de cereais no chão que podem ser comidos pelos animais.
Ferrejos - centeio, cevada ou trigo cortado cedo e dado ao gado como forragem verde.
Preço
- Mais valorizada: Barrosã (nobre).
- Raças do Norte e Centro têm maior preço de venda: animais mais jovens (mais valorizado).
- Preço do cruzado Charoles é maior que de Holstein. A carne de Holstein é importante, mas não tem as melhores caracteristicas. Por isso é que os produtores na exploração de leite tentam produzir vitelões (aproximação do que é mais valorizado: animais jovens).
- Os animais abatidos aos 7 meses permitem a produção de animais acabados (dieta de leite e concentrado). O concentrado tem elevada energia e proteina (semelhante à dieta de suínos). Os constituintes são milho, sêmea de trigo (fibra), cevada, bagaço de soja, soro de leite desidratado (fornece lactose, que deve ser 2%, subproduto da produção de queijo), complementos. Consegue simular o que acontece em sistemas extensivos.
- Qualidade da carcaça: teor e composição quimica dos tecidos muscular e adiposo, conformação, sistema de exploração.
- Eficiencia económica da produção de carne: preço da carne, período de tempo em que o animal atinge a idade de abate, eficiência de transformação de alimentos em carcaça (deposição de t. muscular e adiposo).
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