Qualidade do leite
- Padrões legais: teor de celulas somaticas (indicador da saúde do ubere - decamação e imunitarias) até 400.000 cels/ml; teor microbiano geral (indice de higiene), agentes zoonoticos (tratamento não elimina todos).
- Rentabilidade: pagamento depende do teor butiroso e teor proteico.
- Substâncias proibidas: AB, AI, dioxinas (autocontrolo, fiscalização - ASAE, DGAV), pode fechar a exploração por resíduos do AB (necessaria boa comunicação do veterinario e produtor).
- Os AB são os que dão mais problemas. A aplicação num quarto passa de forma sistemica aos restantes e é necessario rejeitar todo o leite. Uso de AB por outras vias ou doses que não a recomendada pode interferir com o IS (pelo menos IS 7 dias p/ leite).
Tendencias
- Leite de vaca é o mais consumido (outros: bufalo, pequenos ruminantes).
- Aumento do consumo de leite a nivel global (prospectivo) leva a aumento da pressão na produção e aumento do preço.
- Segurança alimentar permite acesso a determinados mercados e preservar a saude animal.
- Protecção ambiental e bem-estar com diminuição da aplicação de pesticidas e AB.
- A FAO prevê intensificação sustentavel da agricultura com sustentabilidade ambiental e económica.
Mamites
- Inflamação da glândula mamária, a maioria é septica. As assepticas evoluem para septicas. Mamite clinica é indicador de patologia no grupo.
- Etiologia multifactorial
- Agente: ambiental (camas), contagioso (ordenha - mãos, panos, tetinas).
- Individuo: imunossupressão (BVD, choque termico), conformação do ubere (+ baixo, depende da idade), metabolico (esfincter do teto não fecha por hipocalcemia), problemas podais (deita após ordenha).
- Ambiente: maneio e higiene, camas, sala de ordenha.
Diagnóstico
- Animal / quarto afectado: investigação por vaca (contraste leiteiro) ou por quartos. Utilizar pool de todos os quartos pode dar falso negativo por diluição (perde sensibilidade). Ideal é trabalhar com quartos afectados. O veterinario deve assistir-se à ordenha e colher amostras (grande risco de contaminação por má recolha).
- Clinico: exame da glândula mamaria após ordenha (permite melhor palpação de alterações), temperatura, jactos de leite para recipiente de fundo escuro. Pouco valor porque não identifica agente.
- Contagem de celulas somaticas: identificar subclinicas: teste californiano de mamites dá indicação, o padrão legal é 400.000 cels/ml, o ideal é avaliar o surto ao longo do tempo e ver a tendencia (dinamico). >200.000 indica inflamção em curso ou já resolvida.
- Diagnóstico laboratorial: colheita de leite de 10 a 15 vacas com elevadas celulas somaticas ou alterações para isolamento de agente. Deve ser interpretado com o observado.
Perdas económicas
- A produção de leite tem rentabilidade que depende do número de vacas.
- Diminui quantidade e qualidade do leite: perda tambem nas subclinicas, quartos com elevadas células somaticas produzem menos, diminui a caseína (proteina) diminuindo o rendimento da produção de queijo, perde-se 300 a 700 kg/caso. Aumento CCS de 800.000 leva a 15% de perdas.
- Tratamento tem IS e é caro. Vacas em tratamento devem estar marcadas para evitar AB no leite do tanque. Tratamento precoce permite maior sucesso (~100% se Tx à detecção).
- Refugo involuntário aumenta. Eventual perda do quarto ou da vaca por fibrose do tecido glandular. Perda de 2 tetos ou patologia contagiosa que não se elimine (Mycoplasma, Staphylococcus) indica refugo. Mamites agudas podem levar a morte.
Minimizar o risco de infecção
- Impossivel erradicar, queremos diminuir incidencia.
Evitar introdução de novos agentes
- Especialmente contagiosos (erradicar), estas podem estar a ser transmitidas por animais subclinicos.
- Recria: maior risco quando não se faz recria (neospora, IBR, paratuberculose), recria baixa o risco mas não anula (contaminam-se no 1o mês com agentes que ficam na glandula mamária). Vitelas bebem o leite e contaminam-se porque é frequente administração de leite mamitico (contamina com Staphylococcus, Mycoplasma). Induz surtos de 2 em 2 anos. Vacas que mamam nas outras podem causar mamites por agentes da pele ou mucosas (S. aureus).
- Aquisição de animais: fazer quarentena para preparar novos animais para patologias da exploração (vacinação) e testagem para agentes. Na ordenha devem ser considerados como suspeitos e ordenhado em ultima. Deve fazer-se pesquisa de agente com recolha de 3 a 4 colheitas com intervalo de 3 a 4 dias (excreção intermitente, agentes não convencionais). Testes serologicos para IBR, neospora, paratubeculose.
- Recolha regular de amostras no tanque.
Estado imunitário
- Mamites ambiental no periparto (esfincter aberto por ocitocina).
- Doenças de imunossupressão: BVD, hipertermia.
- Score da patologia podal: problemas podais levam a deitar-se após ordenha quando o esfincter está aberto.
- 7 pontos de saúde de vaca: alimento, água, espaço, luz, qualidade do ar, descanso.
- Parto e pre-parto melhora.
- Novilhas no periparto devem ser mudadas para parque diferente para não conspurcar ubere (esfíncter aberto). Secagem é a altura ideal para erradicar agentes, minimizar infecção periparto e pós-parto com bisnagas de secagem com AB.
Instalações
- Ordenha: ordenhar 2 a 4x ao dia (mais facil se ordenha mecanica).
- Camas: desenho, conforto, arejamento, luminosidade.
- Deitar de forma a que a cauda fique de fora para defecar no corredor (limitadores de progressão, melhor se animais padronizados) com 2,4m de comprimento.
- Cama confortavel senão não deita. As mais confortaveis são de areia, diminuem crescimento bacteriano mas desgastam o sistema de limpeza. Cama de aparas de madeira pode ter Klebsiella. Tapetes de borracha são lavaveis, confortaveis e inertes.
- Higiene: score de higiene do ubere (sujidade no ubere e curvilhão) baixo vai ter muitas mamites ambientais. Sistema automatico de limpeza é melhor.
- Arejamento e luminosidade: essencial para ocuparem todas as camas, teias de aranha indicam pouco arejamento. Estrutura alta (>6m) para dinâmica do ar, com entradas de ar e ventoinhas.
Agentes
- Contagiosos: Streptococcus agalactiae, Streptococcus dysgalactiae, Staphylococcus aureus, Mycoplasma.
- Ambientais: E. coli, Klebsiella, Enterobacter, Streptococcus ambientais, Staphilococcus coagulase negativos, Arcanobacterium, Pseudomonas aeruginosa, mamites fungicas, Prototheca, Corynebacterium bovis.
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