Sistemas de Exploração
Exploração Extensiva
- Baixa utilização dos factores.
- Terra - solos de baixa produtividade agricola, grandes áreas, terras altas, aridas e montanhosas.
- Animais - biotipo adaptado ao meio (elevada rusticidade), com baixa produtividade e reduzido indice de fecundidade (baixo potencial genetico).
- Factores cooperantes - clima desfavorável, ciclos intermitentes de alimento, ausencia de abrigos (ou muito rudimentares), baixa disponibilidade de água, sanidade duvidosa.
- Ponto forte
- aproveitamento dos recursos naturais
- exploração de raças autoctones (manutenção de recursos genéticos, preserva a biodiversidade)
- investimento inicial minimo
- rentabilidade elevada (relação custo-beneficio é baixa)
- Pontos fracos
- produção sazonal (as grandes superficies necessitam de fornecimento contínuo)
- tipificação deficiente (não conseguem promover, vários tamanhos)
- problemas higieno-sanitários (Brucelose)
- ciclos produtivos muito longos
- baixa disponibilidade de mão-de-obra (carga social, não querem ir para o interior)
- estrutura heterogena dos rebanhos (produtividade diferente, tipificação deficiente
- Exemplo: Produção de Garranos no Geres
Exploração Intensiva
- Utilização intensa dos factores, podendo até excluir-se terra.
- Terra - melhor qualidade (alimentos), pode ser independente (então considera-se capital)
- Mão-de-obra - muita, qualificada, planeamento e gestão, integração da exploração.
- Capital - fixo (instalações, equipamentos, animais): melhoria do estado sanitário, diminuir mão-de-obra, aumento do rendimento dos animais; circulante (alimentação): 85% dos custos da engorda de bovinos.
- Ponto forte
- independencia de clima e alimentos
- produtos uniformes
- melhor remuneração
- consegue intervir na comercialização
- oferta constante
- ciclo de produção baixos
- elevados rendimentos
- Ponto fraco
- patologias zootecnicas (ex. leitões ao desmame têm diarreia devido ao maneio)
- custo da terra, animais, instalações, alimentação
- objectivos da industria e cadeias de produção
- afastamento dos consumidores
- condições artificiais de produção
- conhecimento ciêntifico
- Exemplo: Produção de leite entre Douro e Minho.
Sistema Misto
- Maioria
- Ex. Produção de Queijo Serra da Estrela tradicional.
Mudanças Tecnico-Economicas
- Aumentar a produção, reduzir os custos - animais mais prolificos, com menos custo de conversão, maior potencial de crescimento.
- Pressão para a redução de custos - principal causa de problemas de segurança alimentar.
- Produtividade, eficiencia, competitividade.
- Aumento expectativa media de vida (dieta), mas não influencia assim tanto.
- Objectivo: segurança alimentar, qualidade, aceitação social das técnicas utilizadas.
- Problema: problemas na qualidade dos produtos e ambiente, panico na opinião pública.
Produção de Bovinos de Leite
- Leite da porca e cadela tem mais gordura. Do humano tem mais lactose. Quanto mais crias tem maior o teor de P e Ca.
- Fêmeas que produzem mais leite, este tem menos energia e gordura.
- Eficiencia metabolica para a produção de leite é semelhante nos animais e baixa nos humanos (crescimento lento do bebé).
- Animais mais produtivos não são mais eficientes a converter alimento em leite.
- Produtores de leite: custos fixos dificeis de controlar, custos variados elevados, baixo rendimento.
- O que podem fazer:
- Reformular a dieta: reduzir a quantidade de concentrado, aumentar a forragem (custos variáveis).
- Diminuir na mão-de-obra: baixar ordenado, reduzir numero de funcionários (custo fixo).
- Produção de leite: custos fixos elevados - animais de elevada produção permitiu que fosse rentável; custos variáveis elevados - alimento concentrado.
- Modelo actual pode continuar a existir se os alimenots complementares baixarem de preço ou se o preço do leite subir.
Produção de leite em Portugal:
- incremento exponencial em ‘70 e ‘80 (pós-guerra).
- antes havia pouco consumo de leite e derivados. Aumentaram os hábitos de consumo depois de ‘70 por campanha - davam leite nas escolas, publicidade.
Sistema de pagamento
- preço base.
- preço base do leite aumenta quando a quantidade de litros por dia aumenta - menos custos de recolha, estimula o aumento de produção.
- salas colectivas de ordenha paga-se menos - menos quantidade, mais riscos de contaminação, incentivo para acabar.
- leite biológico - maioria é importado, preço pago mais elevado.
- preço por vários parametros.
Agros
- Quer menos produtores, cada produtor a produzir mais (diminuir o número de explorações, aumentar o número de animais e a produção por exploração).
- Cada exploração faz no minimo 4 amostras do leite por mês e o leite é pago de acordo com a média. Pode fazer para cada carga, recebendo para as caracteristicas desta. Quando não tem amostra, utiliza-se médias das cargas anteriores.
- Gordura - não há interesse em muita gordura (consumo de leite e queijo meio-gordo ou magro), é mais vantajoso economicamente produzir maior quantidade com baixa gordura (penalização 0,002; correlação negativa entre quantidade de leite e teor em gordura), maiores teores em gordura significam mais energia ingerida. Beneficia pequenos produtores com animais de pior merito genético.
- Matéria Proteica - extremamente importante, quanto mais proteina tiver menos litros são necessários para a produção de queijo, nutrição humana. Influênciado por maneio e reprodução.
- Microrganismos - produto natural deve ter microrganismos, má higiene ou problemas de conversão aumentam (penalização).
- Células Somáticas - aumentam quando há infecção.
- Antibióticos - se positivo, o produtor é penalizado nas restantes cargas desse mês, paga o leite inutilizado por mistura na cisterna, paga a destruição do leite.
- Crioscopia - aumento da temperatura significa que houve adição de água (falsificação), variação pode relacionar-se com época do ano (ingestão voluntária), dieta deficiente em proteina e azoto degradável, suplementação incorrecta de NaCl.
- Mudança no pagamento: adaptação do produtor, evolução do sector, influência opções dos produtores: maneio nutricional, genética, tecnologia, higiene, controlo de mamies, decisões económicas (ex. estrutura e dimensão).
- Sistema e pagamento: valor unitário + bonificações/penalizações, por levantamentos extra de leite o produtor perde 100€ (tanques de reduzido tamanho).
- Evolução:
Holsteinização do efectivo leiteiroo efectivo era mais Frisia (animais mais pequenos, menos produtivos), com a necessidade de aumento da produção importou-se sémen de Holstein para inseminar as Frisias, obtendo animais de elevado potêncial genético. Importação de animais. - Importante no Açores: baseada no pastoreio (animais pequenos e com pouca necessidade de complemento), mas está a ocorrer Holsteinização, transformando animais bem adaptados ao pastoreio por animais com muitas necessidade (é necessário fornecer concentrado, aumenta o custo). Está a ocorrer alteração do sistema de produção.
- Problema de contexto: aumento dos custo, diminuição do preço. Problema estrutural - pouca área (não produz alimento suficiente) logo é necessário comprar, muitas parcelas com elevado custo.
Produção e Reprodução de Fêmeas Adultas
Intervalo entre Partos
Ideal é 1 ano. Gestação de 270 dias. Animais de elevado merito genético tem maior persistencia por isso pode ser viável durante mais tempo. Os intervalos por vezes são maiores porque há dificuldade em fazer com que o animal fique gestante 90 dias após o parto. Quanto mais produtivo o animal, mais dificil é de engravidar. Diminuição da variabilidade genética causa infertilidade (programas de cruzamento entre Holstein e outras raças para melhorar a fertilidade). Maneio e tipo de animal influenciam a fertilidade. Má detecção do cio. Dificil inverter o balanço energetico (desfasamento entre pico de ingestão e produção). Indice de intervalo entre partos é informativo quanto à produção.
Curva de Produção de Leite
Primeira fase produz colostro, só a partir do 5º dia é que o leite pode ser comercializado, logo a curva não começa do 0. Vai aumentando a produção de leite até atingir um pico aos 60-90 dias, depois decai. Depende da vaca, idealmente deve ter um pico elevado de alta persistencia. A maior parte do leite é produzido nos primeiros 5 meses. A produção é a área sob a linha de produção. O teor em gordura e proteina é inversamente proporcional à produção de leite. A fase final da produção de leite é muito inferior à dos primeiros meses (não é viável economicamente), por isso o intervalo entre partos deve ser de 1 ano.
Deve ser secas 10 meses após o parto e ter 2 meses de período seco antes do parto, ou seja, para um ciclo de 1 ano deve ficar prenha aos 3 meses de lactação. Para se secar deixa-se de ordenhar, retira-se a água e dá-se alimentos mais fibrosos. Permite a glândula mamária regredir e regenerar.
Curva de Ingestão
No pós-parto a ingestão está deprimida devido ao rúmen ter o seu tamanho reduzido (leva tempo a distender após o parto) e à cascata hormonal que conduz ao parto. A lactação é prioritária. No inicio da lactação, as fêmeas estão em balanço energético negativo (mobilizam reservas corporais) porque o pico de ingestão está desfasado do pico de produção. No final da lactação, a produção é menor, portanto o animal deve depositar, para quando for seco ter reservas adequadas. É importante o momento de viragem entre perda e deposito de reservas, pois sinaliza ao animal que pode ficar gestante. Animais que estão sempre a mobilizar reservas não ficam gestantes (pouca probabilidade da cria sobreviver). No periodo seco não deve alterar a condição corporal (mas se estiver em excesso devemos tentar que perca, se em falta que ganhe). Se estiver demasiado obeso na secagem, vai haver dificuldade no parto e cetose pós-parto, diminuindo a ingestão voluntária e mobilizando mais reservas corporais.
Animais de maior merito genético têm mais necessidades (devido ao aumento da produção), logo a maior ingestão voluntária, maior peso vivo e tamanho (aumento da capacidade do sistema digestivo). Mas a produção aumentou mais que a capacidade de ingestão, agravando o desfasamento. Podia tentar-se controlar por maneio, aumentando a densidade energética da dieta (mais concentrado, amido e gordura, menos forragem), mas isto levaria a cetose e acidose no rúmen, o que diminui a ingestão, logo agravava o problema. É inevitável que o animal perca peso. Na primeira fase deve fornecer-se muito concentrado (fica caro), mas na fase terminal fornece-se mais forragem porque há aumento da ingestão e diminuição da necessidade (mais barato).
Variação corporal
Ao parto devem estar entre normal a ligeiro excesso (3-3,5). Depois devem só perder um ponto de condição corporal (equivalente a 60kg, 1kg/dia). Quando a dar leite devem estar entre magras e normais (2-3). Vacas gordas dão pouco leite, mobilizam os nutrientes para a reserva e não para o leite. Condição corporal superior a 1,5 não influencia a fertilidade. Ao serviço, se estiver diminuir, reduz a taxa de concepção (principal causa de infertilidade).
Taxa de concepção ao primeiro serviço: x% - em 100 vacas inseminadas, x ficaram gestantes.
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