Otopatias
- Inflamação do epitelio de revestimento do conducto auditivo.
- ⅕ dos animais têm otopatia (¼ das consultas de dermatologia).
Etiologia multifactorial
Factores Desencadeantes
- Responsaveis pela inflamação do conducto auditivo externo. Causa diminuição do lumen, com má circulação do ar e acumulo de humidade que origina proliferação secundária de agentes.
- Alergias (ex. atopia alimentar) e reacções adversas a farmacos.
- Corpos Estranhos e trauma.
- Otodectes cynotis (Demodez, Sarcopts, Notoedres).
- Transtornos da queratinização (endocrinopatias: hipotiroidismo).
- Afecções auto-imunes: lupus eritematoso, penfigo, celulite juvenil.
- Neoplasias não responsivas.
Factores Perpetuantes
- Agravam impedindo resolução.
- Bacterias
- Cão: Staphylococcus pseudintermedius, Pseudomonas aeruginosa.
- Gato: estafilococcos.
- Leveduras: Malassezia pachydermatis (2ª a alergia).
- Candida, Aspergillus, Trichophyton, Microsporum.
- Complicações de cronicidade: hiperplasia, hiperqueratose, estenose, calcificação
Factores Predisponentes
- Põe em risco de padecer de otopatia.
- Anormalidades anatomicas que alterem o microclima: orelhas grandes e caidas, escassa ventilação, acumulo de secreções.
- Conductos auditivos largos e estreitos, com muitos pelos.
- Entrada de água.
- Irritação por arrancamento de pelos e lavagem com cotonetes do conducto auditivo.
Sinais clinicos
- Prurido, sacode a cabeça, coça, dor.
- Unilateral inclina a cabeça.
- Aumento das secreções com acumulo de exsudados e cerumen.
- Bacterias: exsudado branco-amarelado.
- Malassezia: castanho e gorduroso (chocolate).
- Otodectes: castanho a preto e seco (café).
- Hipersecreção ceruminosa: amarela, seca, odor a ranço.
- Pseudomonas aeruginosas: ulceras, odor putrefacto, após tratamento prolongado com AB.
- Eritematoso, tumefacto - hiperqueratose, congestão, edema - mais cerumen.
- Otites cronicas levam a estenose permanente do canal: inflamação fecha o lumen e só recupera 95% do diametro, reincidencia vai fechando o lumen, chegando a um ponto em que deposita fibroblastos e calcifica, não voltando a dilatar (avalia-se pela elasticidade do canal na base).
- Otohematomas são as lesões secundarias mais frequentes.
Diagnóstico
- Historia.
- Exploração externa do ouvido.
- Otoscopia de ambos os ouvidos, começando pelo são.
- Se necessario lavar o canal para facilitar a inspecção, nesse caso recolhen exsudado antes.
- Caso apresente estenose deve instalar-se uma terapia de corticos sistemicos 3 dias (5 a 7 dias, prednisona) antes da otoscopia. Se ainda tem dor colocar 4 gotas de anestesia ocular no ouvido. Nunca se força a exploração porque causa mais inflamação, fecha o lumen e agrava a otite.
- Recolha de exsudados para estudo citologico
- Observação a fresco para acaros, coloração para celulas e microrganismos.
- Malassezia: minimo 5 a 10 por campo de imersão.
- Amostra para valiação microbiana e antibiograma: em processos complicados ou intenso, se observou bacilos, AB sistemico.
- Cronicas e recorrentes: tratar factor desencadeante.
Tratamento
- Limpeza do canal auricular: facilita eliminação de materiais, melhora a terapia, modifica o microambiente. Lavar com seringa e cateter, remover detritos solidos com pinças.
- Limpeza do ouvido com limpador na manhã e instilação bid de otologico, com o tempo alarga a frequencia.
- Limpeza: Se a membrana timpanica está rupturada ou se desconhece usa-se soro salino ou acido acetico. Caso esteja intacta usa-se cerumenoliticos (dioctil sulfosuccinato sodico, propilenoglicol, glicerina, escualeno). Em exsudado purulento antissepticos (clorexidina, povidona iodada) ou limpadores secantes (ac. salicilico, ac. borico, alcool isopropilico). Na Pseudomonas aeruginosa usa-se ac. acetico qid.
- Otologico: Otites humidas com preparado aquoso, seco / escamoso / crostoso com oleoso. Bacterias com AB (gentamicina, neomicina, polimixina V). Estafilococos com gentamicina ou enrofloxacina. Cocos (estreptococos) com enrofloxacina. Pseudomonas aeruginosa com polimixina B, EDTA e fluoquinolona topica. Malassezia com antifungicos (miconazol).
- Otite recurrente: limpar 2 a 4 vezes ao mês.
- Sistemico: AB em otites proliferativas, intensas ou que atingem o ouvido medio até uma semana após cura (cefalosporinas, fluoroquinolonas). Pseudomonas aeruginosas com ciprofloxacino ou marbofloxacino.
- Octodectes: sistemico por estão em todo o corpo, tratamento de coabitantes.
- Malassezia: imidazois.
- Corticoides: em edema intenso e estenose. Prednisona ou prednisolona uma semana em dose anti-inflamatoria e uma semana em dias alternados.
- Otite proliferativa canina: ciclosporina oral, corticos intralesionais ou tacrolimus topico.
- Cirurgia: tumores e processo proliferativos com estenose, para favorecer drenagem, ventilação e chegada de farmacos topicos. No entanto se remover o canal vertical continua como inflamação do canal horizontal, se remover o horizontal expõe o timpano provocando surdez e predispondo a otite media.
- Resumindo: Cortico + AB / anti-fungico, corticos topicos para desinflamar.
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