Parasitas: dependem das condições ambientais - ligar às condições de produção dos animais (temperatura, ventilação, humidade):
- Maternidade: temperatura da porca vs temperatura dos leitões e vários estágios fisiológicos.
Hospedeiros
Hospedeiro definitivo: onde ocorre a forma adulta.
Hospedeiro intermediário: outro animal onde é obrigatório uma fase do ciclo para se desenvolver.
Hospedeiro paraténico: transportador, não desenvolve a forma parasitária.
Ambiente
Favorece ou dificulta a vida do parasita.
Primavera e Outono: mais favoráveis (condições mais equilibradas).
Cuidado com fármacos aplicados e ambiente (ex. fármacos tópicos na presença de chuva).
Ciclo de vida
Indica quando intervir com fármacos.
Sintomatologia
Contextualizar o problema com o ambiente e estado fisiológico / idade do animal.
Terapeutica
Principio activo
Via
Frequência
Quem trata o animal - determinante para o diagnóstico e sucesso do tratamento.
Amostragem de fezes
Amostra
- Recolha
- Identificação
- Permanente: marcadores resistentes, etiquetas protegidas, identificar frasco,
- Correspondência da identificação - informação base, ficha / história, individual ou em pool.
- Ex. revolha em luva de palpação rectal: no fundo a amostra - nó - etiqueta - nó.
- Conservação
Para que a amostra se mantenha o mais tempo possível representativa da situação. - Métodos físicos (frio /gelo): condições adversas ao desenvolvimento do ciclo de vida, mas o parasita pode recuperar se cessar refrigeração (ex. Ascari suum recupera, Eimeria não). Poderá ocorrer lesões no organismo (queimaduras pelo gelo), perda de características, deformação (ex. complica identificação de oocisto). Utilização de gelo seco (azoto tem barra ou papel), serrim e jornal (desidrata menos), e materiais leves para isolar durante o transporte.
- Métodos quimicos (formol): fixa estruturas celulares, não é possível continuar o ciclo (não aconselhavel em coprocultura). Idealmente incluindo várias formas do ciclo de vida.
Análise
- Exame macroscópico
Abrir e analisar a amostra. Identificar o anormal e ver se corresponde ao indicado na história. - Exame qualitativo
Quais os parasitas presentes. - Exame quantitativo
Carga parasitária. Quantos ovos / larvas por grama de fezes.
Exame Qualitativo
Directo: colocar a amostra e uma gota de água numa lamina sem lamela e observar ao microscópio na objectiva de menor ampliação (cuidado para não usar 40x e 100x porque por não ter lamela vai sujar a lente). A amostra diluída deve ter alguma transparência e não deve chegar aos bordos porque poderá sujar o microscópio. Permite ver parasitas móveis e ovos se em grande quantidade.
Willis / Universal / Flutuação: inicia-se retirando uma amostra para a placa de petri e realizando a observação macroscópica. Desta porção deve-se retirar um pouco para uma lâmina, e à semelhança do exame directo, misturar uma gota de água e observar ao microscópio. De seguida, tira-se uma porção da amostra e coloca-se num gobelé com solução saturada de sal / açucar / sulfato de zinco, agita-se até desagregar e expor toda a amostra à solução. Utilizando um segundo gobelé com um filtro, filtra-se a solução. A solução filtrada é transferida para um tubo de ensaio até formar um menisco sobre os bordos. Sobre este menisco é colocada uma lamela e espera-se 15 a 30 minutos para permitir que os ovos flutuem e adiram à lamela. Após esse período, retira-se a lamela e coloca-se na lamina para ser observado ao microscópio. A leitura deve garantir observação de toda a lamina.
Solução saturada
A densidade da solução saturada deve ser elevada o suficiente para os ovos flutuarem, mas não demasiado elevada senão também os resíduos flutuam e aderem à lamela. Densidades de 18, 19, 22 e 23.
Porquê 3 soluções?
- Solução saturada de açucar: cor amarela (distorce cor dos oocistos), muito nutritiva (crescimento de agentes que dificultam análise), não cristaliza, preparada em qualquer local, barata, misturada com formal a 10% permite conservação.
- Solução saturada de sal: mais higroscópica (retira água e deforma oocistos), água da solução evapora-se com a observação ao microscópio (calor da luz) e cristaliza dos bordos para o interior impedindo visualização, é barata.
- Sulfato de zinco: não tem cor, não cristaliza, é cara.
Atenção: trematodes não se realiza flutuação mas sim sedimentação (pesado).
Como calcular a densidade: d = m / v (densidade = massa / volume).
Erros comuns na flutuação (falsos negativos):
- Má desegregação da amostra (ainda mais importante em fezes duras).
- Não aguardar o período de tempo para os oocistos aderirem à lamela.
- Má filtração: poros demasiado pequenos que só permitem a passagem de água.
- Densidade incorrecta da solução: não flutua oocitos ou flutua também detritos.
- Má leitura: leitura incompleta da lamela.
- Quantidade de amostra demasiado pequena.
- Não encher o tubo de ensaio até formar um menisco no seu topo.
Sedimentação natural: permite-se depositar a amostra e vai-se lavando (ex. ovos de trematodes - pesados).
Aparelho de Baermann: permite identificar larvas de parasitas pulmonares: L1 é deglutido e aparece nas fezes (nunca ovos porque estes estão no pulmão). Coloca-se um suporte com um funil com a saída fechada. Dentro do funil coloca-se o coador com gaze e a amostra. Enche-se o funil com água a 30ºC até cobrir as fezes. Ás 24 horas recolhe-se a primeira porção de liquido na ponta do funil (abrindo-se o funil). A água quente faz com que as larvas fujam e se depositem por gravidade. O ideal é realizar amostras a 3 dias consecutivos visto que a excreção é intermitente.
Técnica de Knot / Gota Grossa: utilizada na procura de microfilárias (na circulação e mais fáceis de encontrar) e de dirofilaria (no coração, veias e entrada do coração). Coloca-se uma gota de sangue numa lâmina e analisa-se ao microscópio.
Exame Quantitativo
McMaster: o mesmo que a flutuação ou técnica de Willis. Coloca-se por exemplo 5 g de fezes para 60 ml de solução (depende do animal). Para saber o número de ovos ou parasitas tenho que saber o volume e peso inicial. Conta-se os ovos na Camara de McMaster: tem 3 camaras, conta-se em cada uma e faz-se a média. Através de uma regra de 3 simples conseguimos obter o valor real de parasitas na amostra.
Identificação
Folha de acompanhamento da amostra (sobre o parasita):
- Identificação da amostra (igual à amostra, ex. número).
- Identificação do proprietário, veterinário, exploração (telefone, morada).
- Identificação do animal: sexo, idade, estado fisiológico, estado imunitário.
- Ambiente: tipo de produção, jaulas, etc.
- Amostra: como e quando foi recolhida, como e quando foi conservada, pool / individual, directo / indirecto, sintomatologia.
Ficha de laboratório
- Identificação (nº correspondente à folha).
- Data de entrada e de realização da amostra.
- Técnico responsável por realizar o exame.
- Técnicas ou métodos utilizados: macroscópico, Willis, etc.
- Resultados por tipo de parasitas (Nematodes, Trematodes, Cestodes, Protozoarios - quantidade e nomes; ectoparasitas: nomes, estado do ciclo e sexo).
- Relatório (a enviar ao responsável).